segunda-feira, julho 31, 2006

Finalmente, de férias

Nessa sexta-feira terminou nosso curso de japonês. Foram 3 meses de muitos conversation challenges, review quizes e shukudais (宿題, lição de casa), mas também de momentos alegres e divertidos, novas amizades e muito aprendizado.

Nossas aulas aconteciam todos os dias de manhã, das 9:10 às 12:40, dividas em dois períodos. O primeiro terminava às 10:50 e nele sempre tinhamos aula de gramática, onde víamos padrões de expressões em japonês - do tipo “se... então”, “... por causa de ...”, “acho que...”, “preciso fazer...”, “gosto de...” etc. O difícil dessa aula era o fato de alguns desses padrões não terem uma tradução direta para as nossas línguas ocidentais, ou então pela forma estranha em que se expressam em japonês (por exemplo, para se dizer que se precisa fazer alguma coisa, literalmente se diz que ‘se a coisa não acontecer, não “vai”’).

A segunda aula sempre tinha atividades variadas, como os conversation challenges (onde encenávamos situações “reais” e as gravávamos em vídeo, que depois resultavam em várias risadas durante a exibição), ou as aulas de kanji (漢字, ideogramas), de audição e de leitura. A qualidade dessas aulas variava muito. Algumas eram realmente boas, interessantes e divertidas, mas outras bastante chatas e cansativas.

Duas vezes por semana tinhamos também aula à tarde, das 13:30 às 15:10. Nas tardes de terça-feira tinhamos mais práticas de diálogos (sem gravação, dessa vez) e nas da sexta-feira sempre um testezinho sobre os conteúdos visto na semana.

E não sei se é algo específico das aulas de japonês ou se acontece com todas as aulas por aqui, mas o pessoal nunca sai durante a aula para ir ao banheiro, beber alguma coisa ou dar uma volta. Para isso, os professores fazem um intervalo curto de uns 5 minutos na metade de cada período, a cada cerca de uma hora. Isso é muito bom! Ajuda a tornar a aula menos cansativa, que acaba rendendo mais por não ter interrupções, e quando se começa a ficar cansado, sabe-se que em alguns minutos já vai ser possível esticar as pernas, dar uma volta, ou apenas colocar o papo em dia com os colegas.

Na foto, de pé: eu (Brasil), Purev (Mongólia), Simon (Inglaterra), Chris (Suiça), Sérgio (Moçambique), Akkhara (Tailândia) e Hugo (Brasil). Sentados: Haus e Som (Tailândia) e Ohmmar (Mianmá).

Falando em colegas, engraçado é que no início esses eram apenas pessoas de países exóticos, de lugares de onde pouco se sabia, mas aos poucos foram se tornando cada vez um pessoal mais familiar e amigo, quando começamos a conhecer as personalidades, gostos e opiniões de cada um. Não só pela nacionalidade, mas também pela personalidade individual de cada um de nós, nossa turma era bastante diversa, o que a tornava mais interessante.

Mas assim não foi só com os alunos. Logo vimos que os professores, também, vinham nos mais diferentes tipos. No total tivemos cerca de 12 professores diferentes durante o curso. Havia a professora que se empenhava ao máximo para que nós aprendessemos, a outra que era divertida, uma que, de início, pensamos ser “malévola” mas na verdade apenas não tinha muita didática. Também, um professor engraçado (e fanático de futebol, deu pena a cara de derrotado dele quando o Japão foi eliminado da copa), o professor com “tiques”, a professora desajeitada, e ainda o professor que sabia muito, mas era meio desorganizado. Mesmo assim, todos grandes pessoas, boa companhia que vai fazer falta no dia-a-dia.

Na última semana, portanto, demos um jeito de reunir todo o pessoal. Saímos para jantar na quarta-feira. Conseguimos fazer todos os alunos irem, mas devido ao fim do semestre, apenas 4 das professoras se juntaram a nós. Pelo menos duas das professoras mais legais, a Maehara Sensei (前原先生) e a Fujishiro Sensei (藤城先生) vieram com a gente.

Maehara Sensei era a responsável pela nossa turma. No início tínhamos aula com ela durante dois períodos por semana, mas depois da primeira prova, quando houve uma mudança de professores, ela ficou apenas com a aula do teste e da revisão semanal. Ela era a que mais se preocupava com nosso aprendizado, acompanhando o progresso de todos, tentando identificar dificuldades, e coordenando as atividades dos demais professores.

Já a Fujishiro Sensei era a professora das aulas de diálogo, a professora mais divertida e bem humorada. Ela me causou um ataque de riso durante uma aula quando, ao dar exemplos de estruturas de frases, usou a expressão honya honya no lugar de blah blah blah. Mas o jeito que ela falava era tão engraçado, não deu pra segurar. Ela ficava repetindo, e como sempre estava bem humorada, não se importou, entendeu que a risada era do honya honya. Mais tarde, no fim do semestre, ela nos contou que seu apelido de infância era justamente funya funya, uma contração de Fujishiro com o honya honya, pois ela falava muito e os outros só entendiam o honya honya. Tudo fez sentido!

Todas as turmas devem dizer a mesma coisa: que eles são a turma mais divertida. O fato é que o convívio diário com gente tão diferente, mas com o mesmo objetivo, em um ambiente informal e descontraído, só pode ser positivo. Mesmo assim, consideramos que a nossa turma em especial foi uma que se integrou bastante bem.

terça-feira, julho 25, 2006

Pequenos detalhes

São nos pequenos detalhes que a gente se dá conta de que está no Japão. Por exemplo, se eu encontro um cabelo na minha comida, é sempre muito fácil dizer se ele é meu ou da cozinheira1. :)

1 - felizmente, até agora ele sempre foi meu...

segunda-feira, julho 24, 2006

Baixinho japonês

Já que o pessoal gostou do último vídeo, vai mais um, talvez não tão impressionante como o anterior mas também divertido. Esse é do outro domingo, dia em que fomos ao Museu Nacional de Ciências Emergentes e Inovação, em Odaiba (お台場), onde vimos uma apresentação do ASIMO.

ASIMO é um robô humanóide da Honda. Ele mede cerca de 1,3m e pesa uns 55kg, foi criado nos anos 80 e, apesar da idade, ainda é capaz de fazer coisas impressionantes, como caminhar, subir e descer (algumas) escadas, fazer movimentos com os braços e mãos e, de forma simples, “dançar”. Mas sua habilidade não se compara a de modelos mais recentes, como o QRIO da Sony.

quarta-feira, julho 12, 2006

Nós, as sardinhas

Quando eu comento com as pessoas que o mais difícil da vida em Tokyo é se habituar com os trens, elas tem certa dificuldade de entender o que eu realmente quero dizer. O problema não é achar a linha ou a estação certa: isso até que é fácil pois tudo é muito bem sinalizado, às vezes até em inglês. O problema mesmo é suportar o aperto extremo de algumas linhas nos horários de pico.

Como a minha aula de japonês é de manhã (às 9:10), sou obrigado a pegar uma dessas linhas. A linha da empresa Odakyu (小田急), em especial, é bastante cheia, pois termina em Shinjuku (新宿), que não por coincidência é a estação de trem mais movimentada do mundo, com uma média de 3,22 milhões de pessoas passando por ela diariamente. Felizmente não vou para Shinjuku, e troco de trem duas estações após embarcar (o que dá apenas uns 10 minutos de viagem nessa linha), mas já é o suficiente pra desanimar.

Os trens são tão lotados que os funcionários da estação (os ekiin, 駅員) todos os dias precisam fazer o famoso gyugyu osu (ぎゅうぎゅう押す) pra ajudar no embarque dos passageiros. Osu significa empurrão, e gyugyu, segundo meu conceituado dicionário de japonês, é: 1. squeeze (things) into (a small space); 2. pack (people) like sardines.

Mas se uma imagem vale mais do que mil palavras, um vídeo vale mais do que várias imagens, e por isso disponibilizo o vídeo abaixo pra que vocês também possam ver como nós, sardinhas, passeamos por Tokyo todos os dias1. É tragicômico, e o melhor é levar na esportiva e bom humor, encarando como a forma japonesa de “integrar” os mais diversos tipos de pessoas, independente de raça, credo, sexo ou idade, apenas pela sua veneração (e dependência) do sagrado densha (電車). :)

1 - Na verdade eu quase sempre tento não pegar o trem que vai pra Shinjuku, mas sim uns menos freqüentes que seguem por outra rota. Ainda assim, pego um trem cheio, mas não absurdamente como estes aí.

sexta-feira, julho 07, 2006

Direita ou Esquerda?

Os Estados Unidos têm a California e Nova Iorque, no Brasil, a rivalidade tradicional é entre São Paulo e Rio de Janeiro. O Japão não podia ser diferente e também mantém a disputa entre duas de suas principais regiões metropolitanas, Kanto (関東) e Kansai (関西).

Kanto é a região de Tokyo. É fácil lembrar do nome, pois se a gente visualiza o mapa do Japão como um “L” invertido, a região de Kanto fica bem no “canto”. :) Kansai é a região que circunda a cidade de Osaka, segunda maior e mais importante Japão, considerada por muitos uma “mini Tokyo”.

Num país pequeno que tem área total semelhante a dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina juntos (mas com uma população igual a quase 70% da do Brasil inteiro), é engraçado pensar que possa ter diferenças entre pessoas que tem origem tão parecida e vivem tão próximas, mas cada um desses “povos” tem uma identidade cultural própria.

Kanto é o coração econômico do Japão. A vida lembra a de qualquer mega metrópole do mundo, se bem que parece menos competitiva por aqui. O que sinto é que as pessoas parecem mais resignadas, talvez conformadas com o dia-a-dia nesse mar de gente. São menos interessadas e mais mecânicas: um formigueiro é uma comparação mais apropriada do que parece.

Kansai, apesar de centrada em Osaka que é uma cidade moderna, é a região mais “tradicional” do Japão, já que lá fica, além de Kyoto, Nara, outra antiga capital. A região tem seu dialéto próprio do japonês, com expressões únicas e um falado mais suave, que alguns dizem lembrar o francês. Isso já é forçar demais, mas mesmo pra quem não entende uma palavra de japonês dá pra sentir um soar diferente. Pode ser impressão minha, também, mas sinto serem as pessoas lá mais curiosas, interessadas, e conseqüentemente parecem menos distantes e frias.

Tem uma pequena diferença entre Kanto e Kansai que é bem mais simples mas não menos curiosa. Em tudo que é lugar no Japão tem muita gente, e por isso eles criam regrinhas pra que as coisas funcionem de forma mais eficiente. Uma dessas regras é a determinação de em qual lado de uma escada rolante se fica parado, e qual se deixa livre para as pessoas com pressa ultrapassarem. E essa regra se inverte quando se viaja de uma região pra outra.

Aqui em Tokyo se pára na esquerda, e se ultrapassa pela direita. Parece estranho mas faz sentido, considerando-se que o trânsito de automóveis no Japão obedece a mão inglesa que estabelece a mesma coisa. Em Osaka, por outro lado (literalmente), se pára à direita e se ultrapassa pela esquerda. Isso é suficiente pra irritar muita gente quando uma pessoa que vêm da outra região resolve andar de escadas rolantes e parar do lado “errado” da escada.

Ouvi uma explicação pra essa história toda, que não sei se é a verdadeira mas faz sentido. Segundo ela, tudo isso começou quando Osaka sediou a exposição mundial de 1970 (EXPO'70). No parque de Osaka foram instaladas centenas de escadas e esteiras rolantes para ajudar no enorme fluxo de pessoas e, como era a primeira vez que se fazia uso extenso disso com muita gente, anúncios informavam às pessoas para que dessem a passagem pela esquerda, como se fazia no ocidente, de onde vinha a idéia.

As pessoas gostaram da idéia, e esse hábito foi levado pro resto do Japão e para Kanto, onde também havia muita gente circulando pelas escadas rolantes. Mas, seguindo o dito de que o forte de japonês não é criar mas sim aprimorar, resolveram em Tokyo utilizar a técnica de acordo com a mão inglesa, já usada no trânsito de veículos, e assim nasceu a insconsistência.

Não sei se é assim mesmo que aconteceu, mas só o fato de ter a diferença já é curioso. Eu, como na política, não sou nem “de esquerda” nem “de direita” por aqui. Como seria grosseria ficar parado no “centro” da escada, o que eu costumo fazer é sempre parar atrás da pessoa que já está parada. E se não tiver ninguém na escada? Isso é o Japão: é raro nunca ter ninguém na tua frente na escada (tem muita gente aqui em qualquer lugar!), mas quando isso acontece, bom, aí sim, segue-se essa “regra da escada”.

segunda-feira, julho 03, 2006

Regresso a Kyoto - parte 3

Já faz duas semanas que eu voltei de Kyoto, e ainda não terminei de escrever sobre minha visita. Vou fazer, então, um resumo rápido de como foi o último dia.

No domingo reencontrei amigos. Almocei com a Mariko (真理子), que trabalhava do meu lado, e a irmã dela, Asuka (明日香) que a Mariko me apresentou quando fiz a apresentação sobre o Brasil, e encontrei mais algumas vezes depois disso. Fomos num restaurante italiano bom e barato perto da estação de Kyoto. Conversamos bastante, rimos muito. As duas são bem queridas e divertidas, e continuam as mesmas da outra vez.

Pela tarde reencontrei a Hanako (花子), que foi minha manager (jargão da AIESEC para a pessoa responsável por um trainee) e se tornou uma das minhas melhores amigas aqui no Japão. Ela está morando em Osaka, onde começou a trabalhar em abril numa empresa importante de farmacêuticos. Por isso, não tem mais muito contato com a AIESEC Doshisha e não foi na janta no dia anterior. Mas no domingo, quando estava mais livre, fez questão de ir até Kyoto para me reencontrar.

Como estávamos cansados, fomos no Campus Plaza, um prédio do consórcio das universidades de Kyoto com várias salas de reuniões e de estudos, acesso a internet, etc. Fomos conversar no mesmo lugar onde, 3 anos antes, fizemos a reunião final antes do festival onde vendemos pastéis. Conversamos sobre a vida dela em Osaka e a minha em Tokyo, sobre planos, esse tipo de coisa. Uma conversa franca que prova que ela realmente é minha amiga (japoneses não se abrem muito quando estão só sendo simpáticos).

Terminando nossa conversa, peguei o metrô e fui para o Museu de Kyoto, pois a Sra. Magata havia me pedido um “favor”. Ela se registrou como voluntária do Museu para fazer visitas guiadas, em inglês, para turistas, mas até então nunca havia feito isso. Por esse motivo, se sentia insegura e gostaria de me “usar de cobaia”, fazendo uma primeira visita comigo para ver como se saía.

Eu já conhecia o museu, havia estado lá da outra vez e feito uma visita guiada justamente com uma dessas voluntárias, que me explicou muito do museu, focado principalmente na história de Kyoto e portanto também numa parte importante da história do Japão. O museu é interessante e recomendável. Ao chegar no museu, um dilema: a Sra. Magata me perguntou se eu já havia estado lá, e fiquei na dúvida se dizia que sim ou não. Acredito que, além do motivo de testar sua explicação sobre o museu, ela havia me convidado como uma atividade de entretenimento, da mesma forma que na primeira estada em Kyoto me levou para assistir apresentações de dança e teatro típico japonês. Se eu dissesse que já havia estado lá, esse sentido deixava de existir. Por outro lado, se eu dissesse que era a primeira vez que visitava o museu, colocava mais responsabilidade sobre a apresentação que ela faria. Na dúvida, optei pela gentileza, e disse que nunca tinha estado ali antes.

A visita não foi ruim, mas a explicação da outra voluntária na primeira vez foi muito mais clara e completa. Claro, experiência é fundamental. Mesmo assim, foi divertido andar pelo museu mais uma vez, pois algumas coisas lembrava e outras havia esquecido, e essa segunda visita ajudou a relembrar um pouco dessa parte esquecida. Tentei dar um apoio a ela, dizendo que a visita foi interessante e com a prática ficaria muito boa. Ela não pareceu muito convencida, mas acho que mesmo assim seguirá tentando. Me dispus a visitar o museu com ela mais uma vez em uma próxima visita a Kyoto.

Saindo do museu, voltamos até a estação de Kyoto, onde ela voltou para casa e eu fiquei esperando meu ônibus, que dali sairia em algumas horas de volta a Tokyo. Antes, claro, recebi uns presentes da Sra. Magata: uma capa de tecido para colocar em livros e um copo pintado a mão. Ambos os produtos são de uma loja1 da cooperativa onde ela trabalha, que auxilia deficientes físicos a encontrar ocupações profissionais. A capa e o copo são feitos por alguns desses deficientes. O envolvimento da Sra. Magata com essa cooperativa aconteceu ano passado, quando ela sofreu um acidente de carro e ficou alguns meses sem poder caminhar (agora ela já está 100% recuperada). Com isso, ela teve que fechar a padaria que tinha, foi trabalhar numa padaria dessa cooperativa, e conhecendo-a, começou a se envolver mais. Algumas das senhoras que participaram da janta no dia da minha chegada também eram dessa cooperativa.

Agradeci os presentes, agradeci a estada, mandei saudações para o resto da família. Ela me disse que quando voltasse a Kyoto, que mais uma vez ficasse na casa deles. Comentei que se visitassem Tokyo, entrassem em contato que podiamos sair para passear. Mas, mais uma vez, naquela sinceridade que os japonêses só mostram quando realmente te consideram como um amigo próximo, ela disse que não gosta de Tokyo. Eu também, se vivesse em Kyoto, não gostaria. Mesmo assim, era pra lá que devia voltar.

Peguei o ônibus domingo à noite, chegando em Tokyo segunda-feira cedo pela manhã. Como minha casa é longe da Universidade, fui direto para a aula de japonês, mas o prédio ainda estava fechado. Fiquei uma meia hora sentado na escadinha na frente do prédio, descansando um pouco da noite mal dormida no ônibus, até que um dos seguranças da Universidade chegou para mim e disse, em um bom inglês, que me surpreendeu:

- This building usually opens at 8:00, but today, specially for you, I will open it at 7:30.

Wow, o prédio abriu só pra mim. :) Entrei, fui para o lounge dos estudantes internacionais, e dei uma cochilada até o horário da aula, perto das 9:00.

O fim de semana tinha sido perfeito e a pergunta tinha sido respondida: sim, o Japão continuava o mesmo. As pessoas continuavam amigáveis, os lugares familiares ainda estavam lá. E decidi que, se me sentisse desanimado com minha vida em Tokyo de vez em quando, voltaria sempre a Kyoto, para recarregar as baterias e renovar o espírito.

1 - A loja fica no 9º andar da loja JR Isetan na Estação de Kyoto, se alguém tiver interesse quando estiver por lá.